É incrível como nós brasleiros somos habituados a tomar café. Se trata da bebida mais socializante do Brasil. É comum sairmos de uma empresa e tomarmos um café. De irmos à um médico e na bendita sala de espera, estar ele lá, faminto para preencher os estômagos dos brasileiros adoentados.
Basta visitarmos a nossa tão querida tia que ela nos receberá com um café quente, que ao ser coado, hipnotiza qualquer brasileiro em sã consciência com seu aroma indescritível.
Basta conversar com os fumantes e ver a emoção que eles expressam em acompanhar o fumar de seu cilíndrico viciante com uma xícara de café. Expressam-se de forma quase delirante. Uma combinação aparentemente perfeita.
Fumando ou não, o café é a bebida caracteristicamente brasileira.
E caracteristicamente fomos o país que introduzimos tal hábito nos nossos queridos colegas estadunidenses. Mas também a situação é de duas vias: eles queriam comprar, e nós queríamos vender. É só per o como a economia cafeeira comandou pensamentos sócio-político-econômicos no Brasil no século XIX e XX. E não podemos dispensar que o café ainda é poderoso, ele está presente em todos os lares brasileiros.
E em lares estadunidenses também. E também nas ruas. Nos cafés gelados, caracteristicamente como uma das mais refrescantes bebidas vendidas no verão dos Estados Unidos. E não precisa estar frio para se tomar café nos States. Ele também está nas empresas, escritórios, naquele bendito lugar em que os funcionários podem tirar 1 minutinho para se livrar das obrigações corriqueiras que aumentam as obrigações burocráticas particulares.
Está lá o café. Caracteristicamente fraco, pois americano não toma o nosso café forte. Como dizem os brasileiros que vão para lá, dizem que o café é fraco. Nunca bebi café americano muito menos o famoso café gelado americano. Brasileiro sim. E que o nosso café brasileiro é forte, é.
Mesmo sendo fraco, me espantou a necessidade pela qual os americanos sobrevivem em torno do nosso café sul-americano. Ao conversar com uma de minhas amigas, cuja residência atual é a cidade de Norcross, próximo à cidade de Atlanta, GA( Abreviação de Estado da Georgia).
E justamente na empresa onde laboriosamente ela traça seu cotidiano para um fim de mês assalariado, é que está o nosso fervente café. E espantosamente exposto.
Neste bendito diálogo que tive nesse final de semana, revelara a própria que tinha que levar galões de água para o trabalho e colocá-los embaixo da escrivaninha dela, caso ela quisesse beber água. Disse água. Sim, aquilo que nós também vemos em qualquer lugar no Brasil, não é oferecido na empresa dela. Se quiser, é da torneira. Mas se quiser café, tem quentinho.
Na mesma hora fiquei bobo de saber uma situação dessas - tem café mas não tem água? Pois é. Eles tomam muito café. A ponto de substituir a água. Por isso mesmo que ela compra os galões de aproximadamente 5 litros e os deixa debaixo da escrivaninha, assim ela é uma das privilegiadas a saborear essa iguaria tão estranha. Água. E ela ainda disse que não encontra em qualquer lugar para comprar a água. "É mais fácil comprar coca-cola do que água."
Parei para comparar: em meus ambientes de trabalho, em todos os lugares temos bebedouros com filtros de água assim como também na sala dos professores temos galões de água para hidratarmos nossas pobres cordas vocais. Imagino minha heroica atividade nos Estados Unidos. Parou de falar? Café. Pausa? Coca-cola.
É espantoso o quanto os hábitos americanos se transformaram e o saudável tornou-se estranho. Não oferecer água mas oferecer café é exagero. Comprar com mais facilidade a coca-cola à água é ver que os costumes lá pela América do Norte anda desvirtuado. Para se hidratar ter que comprar a própria água e deixá-la por baixo da escrivaninha é demonstração de consumismo desvirtuado, em que algo que vicia é trocado por algo que carrega a responsabilidade de manter vivo um ser humano. Não que o café não tenha água, mas água pura como algo desprezado? Depois dizem que o café não vicia. Ahan.
Um dia quem sabe os brasileiros resolvam vender água por lá. E quem sabe isso se torne um hábito, quiçá um vício. Todos tomando água. Uma coisa bem diferente aliás, não? Quem sabe um dia a venda de água não seja o termômetro da economia mundial. E todos se tornem viciados nesse produto extremamente prejudicial, a ponto de oferecerem água nos ambientes de trabalho e quem quiser café, que compre e guarde embaixo da escrivaninha.
quiça eh bacana rs
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