terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Figos e downloads

Imagine na seguinte situação - que alguém falasse que a internet está lenta. Desespero para uns, fim de carrera para outros. Cada vez mais estamos dependentes da internet. Não posso reclamar nenhum pouco, logo, este texto foi publicado onde?

Não é a situação não é a internet, mas sim o tempo com o qual estamos acostumados a resolver os problemas.

Já se foi o tempo em que um depósito dependeria de vários papéis e de contatos entre várias agências via telefone. Agora tudo acontece praticamente instantaneamente.

O preço disso tudo é uma geração de pessoas que não sabem o que é muito tempo. E não sabem como as pessoas eram pacientes.

Lembrança disso eram os antigos doces que eram processados tranquilamente, desde o plantio das devidas frutas até ficar pronto. Exemplo disso é o processamento do doce de figo. Demoram 3 dias para que o figo verde tenha todo o seu "leite" completamente retirado, assim, ninguém passaria mal. Aí entra o açucar e ponto para a compota.

Agora, o que me remeteu a tal busca foi ter feito um download, num daqueles sites especiais, tal qual o 4shared. Aliás, era esse. De repente, como sempre, apareceu aquela belíssima imagem, para esperar alguns segundos. A outra opção seria: pagar para ter imediato.

Muito bem, o caso em si é: o que me custa esperar 108 segundos?  Espero com muita tranquilidade sem precisar pagar nada. Até o relógio, para aumentar a ansiedade, faz contagem regressiva, para mostrar o como demora 108 segundos. Realmente. Demoram.

108 segundos dá uma impressão irreal. O que é 1 minutos e 48 segundos?  Basicamente nada. Mas, para as pessoas que estão ansiosas para fazer downloads e não sabem esperar, é uma eternidade.

Quem dera as pessoas que são pressionadas por esse reloginho e passam a pagar pelo download instanâneo, tivessem que fazer o doce de figo? O que seriam da ansiedade dessas pessoas? Será que elas colocariam o quesito "paciência" em prática?

Sorte que doces caseiros não são realizados por downloads. A paciência é mais deliciosa do que imaginamos. 259200 segundos não é pra qualquer um. E fica pronto em casa.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Surdez religiosa

Ao passar desapercebido por uma casa, num bairro universitário de Maringá, percebi em um portão uma pequena placa que indicava ser uma igreja.

Não cheguei a entrar em dias de culto. Apenas passei ao lado. E mesmo que eu quizesse assistir, não seria necessário. Bastava estar alguns metros para o lado de fora.

O que mais me chamou atenção neste culto, não foi nenhuma diferenciação - foi o simples usar de microfones.

Microfones são utilizados para recursos em que não conseguimos fazer com que o outro ouça perfeitamente em um espaço grande. Ou mesmo em locais médios, para ficar mais cômodo ao espectador e não ter que forçar sua audição.

Neste caso específico, o local onde era utilizado o microfone, deveria ser uma sala de 3 metros por 3. Ou seja, suficientemente audível para quem lá estivesse.

Mas gritavam com o microfone, numa caixinha visível pela porta, e o som só perdia para as exclamações dos membros. Nada contra o culto, nada contra a religião. Tudo contra o desrespeito ao próximo.

Sei que muitas bandas (quase todas) utilizam-se de sons ligados para ensaiar - até para ver como é realmente o que estão fazendo - voz microfonada para não perder para o som da bateria, e coisas assim. Porém em um local pequeno, onde o espaço é separado para orações, é realmente necessário?

Será que o encobrir de som não estava separado para os fiéis? Encobrir o que os fiéis tem a dizer? Ou não dar espaço para pensamentos e fazer comque a gritaria entre profundamente sem direito a reflexão pessoal?

O grande problema não é a religiosidade - mas sim a condução ao fiel. Tratar como szer humano e não como coisa.

De lá de perto, saí espantado, pensando em como sairia um indivíduo de lá de dentro, depois de 2 horas de gritarias. A não ser que eu estivesse totalmente errado neste caso, e fosse uma igreja específica para surdos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Máscaras e artistas

Vivemos em um mundo de instabilidades. Óbvio, ninguém sabe o que ocorrerá no dia de amanhã, a não ser que, cientificamente, prove-se que a astrologia e o tarot funcionam. Do contrário, o mundo é um mar de aleatoriedades e sentimentos diversos.

Vivemos compartilhando ideias e sentimentos. E para cada sentimento, temos uma reação, que acreditamos se própria para o momento.


É por isso que na antiga Grécia, nas famosas peças teatrais, era comum que no coro ou mesmo que os artistas compartilhassem de máscaras para demonstrar os sentimentos daquele exato momento. E hoje, este é o símbolo do teatro, mundialmente reconhecido.

Quem dera as máscaras fossem apenas utilizadas por artistas. Vivemos em um mundo de máscaras. Em um mar de trocas constantes e de emoções modificadas segundo após segundo.

Viver máscaras é um tanto quanto pesado. Agir de um jeito diante de uma pessoa, e agir de outro com outra exige energia. Porém, aos artistas, cabe o momento da sobrevivência como uma profissão.

Para o artista, vestir a máscara significa atuar tal qual o momento da peça ou filme ou novela ou... é a profissão. Do contrário, a ausência de mudanças significa uma ausência de emoções. E ausência de emoções - ausência de profissionalismo, e quem sabe, um pouco mais de experiência.

A energia do artista, dependendo da situação, é direcionada momentaneamente para a atuação. Do contrário, viver um personagem eternamente é motivo de horas de análise. Quem sabe alguns ansiolíticos.

Em nossa sociedade, as máscaras mudam constantemente. O gasto energético é diário. Não vemos nem percebemos. Seria um caso de analisar caso a caso. Mas não somos psicólogos para tudo.

Quem dera pudéssemos ser artistas e vestir máscaras momentaneamente, tirar e ir embora. Vemos mudar a todo o tempo. E caímos em abismos ou até subimos em montanhas por sentimentos alheios. Quando no fundo, tudo era uma simples máscara, que cairia a qualquer momento.

Temos uma máscara, que é nossa, que cabe direitinho em todos os músculos e ossos que formam o nosso rosto. Porém, nos sentimos incomodados e acreditamos que tudo isso é bom. Até quando?

Até quando viver algo que não é seu é bom? Até quando fazer que o outro se sinta bem é positivo? Até quando devemos não revelar o que há por trás das máscaras e provar a verdadeira positividade, do que ter falsos sentimentos?

Quem dera valorizássemos a nossa máscara, e saber que o nosso positivo, é mais positivo do que a máscara que muitas vezes, carregamos. Não somos artistas. Não somos psicólogos. Mas podemos ser nós mesmos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Inspiração zero.

Muitos dizem que a insperação é algo indefinido, que nos faz escrever ou fazer algo interessante e criativo. Tal qual uma entidade espírita, que desce de vez em quando ( isso para quem acredita em tais fenômenos.)

Muitas vezes a vontade vem que vem. Muitas vezes desaparece. Outras vezes...

Outras vezes tentamos sentar diante de um computador, ou até mesmo de um velho e primitivo papel para esboçar alguma coisa e nada. Insistimos e nada. Absolutamente nada. Um tema? Não. Uma simples anedota? Nem.

Eis que nos esquecemos do velho martírio que nos ronda constantemente: a ansiedade. A velha e boa an siedade. Como? Por quê?E agora?

E agora é hora de dar um tempo ao tempo. De esfriar a cabeça. Mas a obrigação insiste em bater em nossos tímpanos e estremecer nossas velhas células cerebrais, afim de remoer em nosso in-sub-consciente algo que faça escrever.

Nunca optei pela psicografia e nem seria minha onda. Mas o que digo é: Será quie damos realmente o tempo necessário que nossas sinapses desejam? Será que somos realmente fortes para estarmos 24 horas prontos para tudo?

A cobrança é mais mental do que real ( e é real para quem depende disso). Mas nossa mente precisa de um descanso. Da desobrigação de deixar de informar o outro. De dar a vez e a voz para o silêncio, que vive inerte em nossas mentes.

O ócio não é dispensável. Fazemos com que ele seja pecaminoso.

Hoje informamos tudo e todos a todo tempo. E o que fazemos com tudo? Nada.

Não ter inspiraçao significa estar em reflexão temporária. Ou não. Tá na hora de levantar a válvula da panela de pressão e deixar vazar um pouco. Ou não.

Não tenho mais o que escrever por agora. Depois eu vejo. Ou não.