quinta-feira, 24 de março de 2016

Vermelho

È uma simples cor como qualquer outra. Está em tudo quanto é lugar. Está em tudo quanto é símbolo. Está na História. Está no futuro. Está na política e está em todos os lugares.

Está na bandeira socialista da antiga União Soviética. Está na bandeira da nem um pouco socialista China. Acompanha a cruz de Hitler - dava aquele realce. Esteve na bandeira da Alemanha Oriental - da Ocidental também. Está na bandeira dos Estados Unidos. Esteve na bandeira dos Confederados. Está na bandeira da capitalíssima Suíça. Está na bandeira do Estado de São Paulo. Está na bandeira da cidade de Marília. E de outros tantos países. E de outros estados. E um bom tanto de cidades.

Está na cor da pasta vegetal do indígena, unhas sujas de urucum. Está nos campos, nas caixas da colheita de tomate e pimentão. Boa parte das pinturas rupestres eram feitas desta cor. Aparece no crepúsculo. Aparece na aurora.

Está nos molhos de macarrão. Em sopas. No rótulo de um refrigerante de cola. Numa marca de cerveja.  No batom. A cor do pecado, dos vestidos, dos tangos. Do flamenco. Do time da Internacional. Do Barcelona. Na cor daquele endinheirado banco espanhol, que quase afundou. Na cor da bandeira daqueles que afundam, dos mergulhadores.

O sangue de Cristo. A vestimenta de monges Hinayana. Das estolas de determinadas cerimônias. Nas paredes de alguns templos maçônicos. Na rosa. No cravo. Na cor carnal.

A cor da vergonha dos rostos. Da alegria dos mesmos. Da beleza das bochechas. No sorriso de uma criança. Na caneta da professora. Nos olhos ardentes, sorridentes. Nos olhos de erva.

Diante disso tudo, de tantas terras, de tantos odores e situações históricas, só um significado?

Não seria a cor viva dos países capitalistas? Dos antigos socialistas? Da cor da bandeira dos nazistas! Do sangue do trabalhador, ou daquele que trabalhou sua morte por toda humanidade que o selecionou como ladrão? Não está mais na eucaristia?

A cor da água de Pilatos era vermelha? Como ficavam o fundo das valas dos antigos judeus? E das valas dos atuais sírios expulsos? A chibata no lombo dos escravos? O avental dos médicos em cirurgia?

Uma cor, vários significados.

Um uso em voga: a brutalidade e a ignorância nomeados como política - todos que usam viraram comunistas aos olhos hipócritas. Canalhices gratuítas. Voltemos para nossas escolas.