E uma das coisas que mais me recordo foi justamente ter tocado no assunto "respeito ao consumidor". Nao entrarei no mérito de falar qual é o artigo do Cógido de Defesa do Consumidor, mas posso dizer com forte lembrança que uma das coisas que mais aprendemos é que o consumidor não pode ser obrigado a efetuar uma compra contra sua vontade. E que o Código de Defesa do Consumidor sempre dará prioridade ao consumidor.
Pois bem, a minha melhor recordação ocorre praticamente com uma frequência semanal, ou seja, ao menos uma vez na semana recebo telefonemas de cartões de crédito oferecendo seus cartões e empurrando as melhores comodidades e promoções, com direito em alguns casos de ganhar ausência de anuidade.
Muitas vezes as promoções são extremamente atrativas, e até ao ouvir o discurso do indívíduo do outro lado do telefone faz parecer que o produto em si é perfeito. Ledo Engano.
Somos persuadidos a acreditar em uma coisa que está fora de nossos alcances - fora de nosso campo de visão. A atendente fala, fala, fala e não temos direito sequer de abrirmos a boca, visto que a possibilidade de oferta a fazer com que o consumidor cale-se e se convença sem questionamentos.
A tática utilizada pelos atendentes de Cartões de crédito me faz recordar muito as propagandas de coisas inúteis dos canais pagos da televisão do mundo afora. É mostrar que tudo é perfeito, ótimo e que nunca estragará. No primeiro ano, OK, segundo já está enferrujado e encostado em alguma parte da casa. Simples e prático - somos manipulados a adquirir algo que no mundo da imaginação fará subir aos telhados, emagrecer em 1 semana e cozinhará a sua comida como nenhuma avó do mundo seria capaz de fazer.
Por mais que se acredite e que as pessoas que aparecem na televisão mostrem o fantástico mundo do consumo, não podemos acreditar de pronto. Melhor analisar e ver se cabe no bolso. Mas é esse o papel do telemarketing, muitas vezes. Provar via fone que somos capazes de ser felizes com aquele produto.
Por isso somos induzidos a ouvir e ouvir e ouvir aquele monte de promessas que cabem a qualquer vendedor esperto que quer atingir a cota do mês e receber "aquele" salário.
Quando dizemos não, como eu disse a semana passada, somos conduzidos ao erro. Somos tratados como os ignorantes da situação.
Recordo-me muito bem da última conversação Cartão-consumidor. O atendente, como forma de intimidação já vai dizendo: "Para sua segurança essa conversa está sendo graavada." como quem diz para não sermos grosseiros e chingarmos mundo afora. Fico com um tremendo medo quando falam isso. Ahan.
Depois o rapaz despejou aquele monte de informações acerca do cartão de crédito, que por sinal de criatividade termina em card. Quando ele terminou, eu apenas disse que não queria comprar pois como consumidor não sou obrigado a comprar nada contra meu gosto.
Querendo causar mais intimidação, o dito cujo da conversa disse: "Não estamos te obrigando a comprar nada, isso se trata de um oferecimento. a ??????CARD agradece a sua atenção tu-tu-tu-tu-tu-tu..."
Por um fato de infantilidade, o indivíduo muda sua voz no final da ligação para tons levemente rígidos, quando digo NÃO ao pobre vendedor. Fazem sempre como um pai que mostra que está certo e o filho está arredondamente enganado, mesmo que o filho esteja certo. É o dom da persuasão, tal qual um jogador de truco que na teceira jogada com um 4 na mão, pede "6" como se estivesse com o maior zap do mundo. E a manilha era um ÁS, por exemplo. Blefe puro. E isso não me intimida.
Por mais que se pareça estranho, nossos nomes estranhamente estão rodando pelas empresas de empréstimo mundo afora. Já passei pr quase todos os nomes e aprendi uma coisa nessa corrida contra a chatice - ao falarem um monte, peço para que passe para um gerente e para que tirem meu nome do cadastro e que não quero mais receber nenhuma ligação desta augusta empresa. Simples como um miojo.Funciona. E tem que funcionar. Somos consumidores. Estamos amparados a uma lei que nos protege e nos ensina que não somos obrigados A sermos consumistas. É nessas horas que devemos pesistir com nossa moral e ver que podemos dizer NÃO, mesmo quando o SIM pareça ser tão legal.
Nossa opinião deve sempre prevalecer mais que a do vendedor. Ser crítico é saber escolher e saber que não somos obrigados a adquirir o mundo pelo telefone. Cartão de crédito se oferece em qualquer banco. Se aprendermos a correr atrás e não o contrário, seremos mais respeitados do que um mero indivíduo que sobrevive por trás de um telefone, pronto para encher o saco de mais um cidadão brasileiro.

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