Quem acreditaria que o ser humano um dia deixaria para trás sua velha característica de viver em sociedade? Pois bem, a cada dia que passa, estamos chegando cada vez mais nesta realidade.
Apesar de ser um comercial engraçado, por trazer para nós a possibilidade de que até mesmo um eremita pode ter net em sua longínqua moradia, por um outro lado, posso classificar como uma das características mais marcantes de nossa geração virtual.
Basta imaginarmos os seguinte: há tempos, desde o início do século XX, começamos a nos utilizar para a comunicação à distância (de acesso de uma pessoa para a outra) denominado de telefone. (Lido cá com a comunicação ativa e passiva popular, não apenas com a passiva, tal qual rádio e televisão e também retirando a possibilidade de utilizarmos aqui o telégrafo).
Do telefone, passamos a outros mecanismos no final do século XX que aumentaram a comunicação entre os seres humanos - o celular e sua evolução para uma tecnologia rápida e precisa. E por que não a Internet, cujo protótipo esteve em funcionamento desde a década de 80 do século XX?
Em pensamentos comportamentais, passamos a sedentarizar nossa vontade de procurar o outro fisicamente, e passamos a buscar tudo por meio da distância.
Assim, pensamos que estamos evoluídos e atualizados. Será?
Neste comercial que coloquei logo no início deste texto, faz-me pensar em quanto somos evoluídos e decadentes.
Evoluídos por conseguir tudo na hora em que quisermos, como e por que quisermos.
Decadentes, pois acreditamos que vivemos em frente a telas de computador em busca de vida social, de comunicação humana. Quando na verdade estamos alimentando cada vez mais a situação de estarmos cada vez mais distante do outro.
Até um eremita pode ter internet, mas ele continua vivendo sozinho.
Uma pessoa pode ter internet, mas ela continua sozinha, em frente a uma tela. Acreditando ser evoluída. Acreditando viver em sociedade.
Socialmente isolados. Hodiurnamente, acreditamos ser e ter vários amigos que piscam em uma tela da internet. Ficamos sozinhos por horas fuçando o universo afora, acreditando estar em um espaço de cunho universal.
A internet é de cunho universal, não o indivíduo. Neste caso, o indivíduo torna-se um eremita virtual, em que a comunicação é passada para os dedos. Mas acreditamos no contrário, acreditamos que na frente da internet, tornamo-nos indivíduos universais.
O universalismo do ser humano é amplo e social - passa por vários seres humanos, que de maneiras positivas ou negativas, demonstram a capacidade de interação entre as pessoas de um determinado grupo ( ou vila, ou cidade, ou...). Existe enquanto o indivíduo existir, enquanto o ser humano necessitar de relacionamentos afetivos. E de alternativas diversas, de ler livros, assistir a filmes e a viver um mundo real e físico - Sentido com os velhos e sobreviventes 5 sentidos do homem.
Estamos deixando a sociedade humana para a sociedade virtual. Acreditamos estar felizes, quando estamos ficando depressivos. Estamos perdendo a característica de nos contactarmos fisicamente, para tornarmos distantes. Estamos aos poucos abandonando a velha característica de viver em sociedade. Para vivermos sozinhos.
A sociedade eremita: o universalismo virtual é cruel - desliga-se apertando um botão.
E todos tem acesso a internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário