quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Something rotten

Ofereça a sua casa para um amigo, (colega ou conhecido) seu dormir. Ofereça um quarto, com banheiro e toalhas novas. Faça o que for de melhor. Seu amigo observa tudo e diz: "não é de meu costume - prefiro dormir em uma barraca pro lado de fora."

Fazemos de tudo para que a pessoa se sinta bem, e se é desejo dela, que o faça. Porém, em nossos pensamentos paira no ar a seguinte situação: tem alguma coisa esquisita. Ou o fato ou o indivíduo.

Pegue outro amigo ( conhecido, colega) seu e comece a conversar. De repente, ele começa a trazer informações de que a matança de judeus na Alemanha Nazista foi uma farsa. Você pode de início até estranhar, mas mesmo com provas fracas, o seu amigo insiste em dizer : "holocausto é uma ova."

O esquisitismo paira nos dois casos. O interlocutor fica sem saber o que fazer quanto à situação em si. Será que a casa não é confortável o suficiente? As fotos, registros e as tatuagens deixadas nas vítimas da perseguição nazista não dizem por si o que foi feito no passado?

Percebemos a esquisitice quanto ao nosso amigo, mas nada podemos fazer. Indicar um psicanalista, talvez?

Coloquemos dois nomes em pauta: Muamar Khadafi e Mahmoud Ahmadinejad. Um líder da Líbia. O outro, líder do Irã. Dois governantes com pulsos fortes e ideias rígidas.

No caso, Muamar Khadafi é o indivíduo que sai mundo a fora fazendo visitas internacionais e de praxe, prefere o deleite de tendas caracteristicamente beduínas ao oferecimento hoteleiros dos governos mundo afora.

Pois bem, agora vivemos um mundo de protestos na Líbia contra o seu governo. E o fantástica tenda, que acabava sendo mais curiosa que seu governo, tem seus panos no chão.

É muito legal da parte de um líder de uma nação mostrar-se diferente perante o mundo. E o governo, como vai?

É muito interessante também quando Ahmadinejad expõe suas ideias e faz um levante declarado. Apesar de ele desviar sua visão governamental para problemas fora do seu próprio país, a população dá sinais de necessidade de liberdade (vide situação de penas rigorosas e desumanas contra ações aos bons costumes islâmicos.)
Pergunto novamente: e o governo, como vai?

É fácil ver o diferente, o extraordinário e extravagante, nos países de outros continentes.

E fácil ficarmos babando pelas filosofias exuberantes sobre as pirâmides egípcias, difícil é entendermos o porquê do levante populacional contra Hosni Mubarak.
Fácil vermos os líderes, difícil enxergarmos as necessidades do povo. Se eles se levantam contra tendas, pirâmides, faraós e holocaustos, é que o espetáculo está ocorrendo mais embaixo.

Cai os panos das tendas. As múmias deixam de brilhar seu ouro. Os ossos do holocausto aparecem em espetáculos cruéis contra mulheres. O diferente tornou-se cruel. O visitante era realmente esquisito.




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