quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nuvens

Lembro-me que, quando eu estava no ensino fundamental, minha professora de história em um momento disse que a História é como as nuvens. Você olha pra uma nuvem e acha que é uma coisa. Outra pessoa pode olhar e achar que é outra coisa. Tudo dependeria de quem vê.

Não consigo me lembrar qual foi a causa pela qual ela me disse isso. Mas a situação das nuvens me intrigou.

Parar para olhar em uma nuvem é algo extremamente terapêutico. Elas passam lentas e tranquilas, e modificam-se conforme a brisa ou ventania. E realmente seus formatos nos intrigam. Trazem desafios mentais-visuais para desvendarmos enigmas naturais, que se desmancham com o tempo.

E também ouvir o que o outro tem a dizer daquela nuvem é algo intrigante. É interessante a troca de informações que obtemos quando estamos a observar uma lenta e distinta nuvem.

Primeiro falamos o que achamos o que ela pode representar. Depois ( se necessário for) tentamos provar para a outra pessoa quais são as formas que a nuvem tem que comprovam o que enxergamos. Quando percebemos que a nuvem não é a mesma coisa para outra pessoa, ficamos intrigados.

Por que ficamos intrigados? Quem disse que tudo tem que ser igual para todo mundo? Uma simples nuvem, que se desmancha no ar, tem que ser a mesma para todo mundo? Por que queremos que a nuvem seja para todo mundo do jeito que ela é para nós?

Acabamos nos preocupando com nuvens em nossas vidas. Em muitas vezes, em defender ideias passageiras e que nada são construtivas, e provar por a+b que aquilo é do jeito que achamos.

Minha professora estava correta.

Que bom seria se ouvíssemos a outra pessoa e aceitássemos que o formato daquela nuvem pode ser aquilo que o outro disse. Mesmo que não vejamos o que o outro vê, o que nos custa acreditarmos que todos podem ver o que não vemos?  As nuvens, como muitas opiniões e teorias, aceitas ou não, podem se desmanchar no ar. E continuamos a viver, independente dos formatos das nuvens.

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