Desde que nosso querido Thomas Edison realizou experimentos para conseguir gravar os sons que preenchem o espaço da audição humana, começamos a ampliar nossa necessidade de termos uma distração dentro de casa, sem ter que ter a banda inteira ( e já pensou uma orquestra inteira só pra tocar um trecho de uma música?).
Um cilindro seria um pouco dificultoso perto da facilidade de um disco, que caberia uma música ou mais.
Pronto, até poderíamos usar os dois lados! Acabou um lado, vira, usa o outro! Uma das invenções mais bem transmitidas e populares do século XX - o disco de vinil.
No início necessitava de 72 Rotações por minuto para ser audível, com no máximo 1 música por lado. Aos poucos a tecnologia fonográfica foi se aprimorando e já na década de 70 ( que salto temporal hein?) os discos de 45 e 33 rotações começaram a se popularizar: mais músicas em um mesmo lado do disco.
Do disco, apareceram as fitas cassetes, invenção exclusiva da Philips - uma longa fita gravada com uma facilidade imensa de manipulação - apertou um botão, virou, nem precisa se preocupar com sacudidas ou pancadas - não tem agulha!
E se popularizou imensamente - pela sua versatilidade e sua capacidade de gravação. Foi uma invenção que não acabou com o disco de vinil, óbvio, se você realmente queria algo de qualidade, você não comprava uma fita, você compraria um disco de vinil. A fita era algo "não tão oficial" quanto o disco.
O vinil resistiu ao tempo e permaneceu com sua vendagem. Se não podia comprar o disco, grava a fita! Simples e prático! Só teve um problema que a fita não conseguiu superar - se durante a gravação do disco para a fita, se o disco enroscasse, o som repetitivo ficaria ali, gravado e repetindo, e repetindo e repetindo e gravando e repetindo e...
Enfim, nessa brincadeirinha toda, podíamos brincar de gravadora, de editores de discos. Os aparatos para se produzir o disco era enorme, o da fita, minúsculo. Então, por que não ter algo que se pareça tanto com o original para substituir?
O grande lance é que quando percebemos que a fita cassete poderia gravar algo que é necessário para a gente, o gosto pela cópia começou a aumentar.
Na década de 90, no Brasil, surgiram os CD´s, ou Compact Discs. Coitados dos LP´s, sumiram! Em 12 centímetros de diâmetro, consiguiria-se gravar um disco inteiro. E não precisava virar o CD, tava ali, tudo gravado, nem precisava mexer, toca tudo sozinho. E por que não pensar no final da década de 90, quando se começa a popularizar as gravadoras de CD, como forma de gravar esses tão compactados discos?
Ainda temos o mesmo espírito de ver o CD original como algo primordial. E o velho disco? Há quem procure. E tem quem grave. E tem quem venda vitrolas, de alta tecnologia. Mas não tem quem queira tanto quanto queira um CD.
E por que não dizer dos MP3 da vida? Tão simples, rápido e prático. Basta um Pen Drive e Pronto! Tá ali, audível tal qual o original.
Trocando em miúdos: desde que aprendemos a gravar o pouco do nosso universo sonoro, aprendemos a rapidamente a pluralizar o mesmo. Do disco para a fita, descobriram que um pouquinho de durex em um buraco na parte superior da fita seria o suficiente para torná-la gravável. E lá se foi sua originalidade.Um cd virgem seria o suficiente para gravarmos como e quando quiséssemos.
Hoje reclamamos da pirataria, mas o grande lance dessa brincadeira é que esquecemos que todos nós procuramos preços baratos. Não seria uma questão de oferta e procura? Se posso fazer dentro de casa, porque comprar um original? O grande problema é que tudo isso começou quando a fita foi o enlace popular da manipulação individual das músicas. E hoje, o cd gravado nos camelôs causam prejuízo. As fitas não causavam? O problema é mais antigo do que se imagina.
O grande drible tecnológico, de inventar e reinventar algo que impossibilite de se reproduzir extraoficialmente, esquece que a tecnologia não tem amarras. Enquanto tentarem acreditar que algo impedirá definitivamente todos de gravarem algo que não seja original, terá alguma mente que driblará tudo isso. O que manda não é a originalidade, é a distração. O que manda não é a originalidade, e sim a oferta. E a vasta demanda.
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