E cá estou nele, vendo e revendo como correm as informações. De uma hora para outra, podemos ter a possibilidade de entrar em contato com um amigo, pessoa famosa e dar twittadas.
É rotina. Nada de diferente. É algo incorporado aos nosso cotidiano. Algo que percebemos que facilitou de alguma forma a nossa vida e lá estamos. E realmente, como a troca de informações ficou rápida! De uma hora pra outra ficamos sabendo como as coisas estão, podemos planejar o que quiser pela internet!
A internet é própria do nosso tempo. Informações rápidas para uma sociedade rápida.
Mas nem tudo é rápido na sociedade. A nossa realidade não é tanto assim. Se tudo que fizéssemos fosse realmente tão desesperador, não respeitaríamos o andar da educação de uma criança e pof! Uma criança de 7 anos já estaria rapidamente no 9º ano.
Não estou aqui pra falar que realmente uma criança vai com 7 anos pular toooodas suas fases psicológicas e estar diante de uma série escolar hormonalmente potente. Não! Isso não ocorreria!
Mas psicologicamente, tal qual vemos a rapidez de informações, vemos os pais de crianças agilizando a vida das crianças. Como eu vejo pais falando que os filhos dão de 10 a 0 nos filhos no quesito informática? A criançada está extremamente ligada na informática.
E lá está a criança: uma mentalidade digital diante da mentalidade analógica dos pais. E quem é mais adiantado? Ah, a criança!
A criança sabe tudo diante do computador. Quem dera eu se isso realmente ocorresse. Mas não: queridos pais, COMPUTADOR NÃO ENSINA NADA A NINGUÉM! É UMA FERRAMENTA COMO QUALQUER OUTRA E NÃO UM PROFESSOR! Ele obedece a ordens humanas. Ponto final.Mas os pais insistem que o filho aprende bastante diante do computador. Tem acesso mais rapidamente as pesquisas que eles, os pais, demoravam horas para fazer uma cópia dos livros.O que eles aprendem são dois comandos fantásticos: Ctrl+C e Ctrl+V. Incrivelmente difícil. Não seria isso fruto da sociedade acelerada?
Se por um lado temos filhos que aparentemente tem um acesso mais rápido às informações, significa também que essas crianças tem um monte de coisa diante deles e eles não tem o que fazer com tal conglomerado de textos, blogs e tudo mais.
É mais óbvio que imaginamos: quando temos um monte de brinquedos para brincar, qual daremos atenção? Ao mais legal? Que seja. Mas se damos cada vez mais brinquedos, e brinquedos e brinquedos, qual é o mais legal? O próximo?
Não seria isso o que ocorre com a sociedade cheia de informações? Tais crianças tão bem educadas na frente do computador não estaria abarrotadas de informações? Um mundo de coisas ao mesmo tempo?
Se nós adultos nos sentimos confusos quando nos entregam muitas tarefas ao mesmo tempo, não seria isso pior para uma criança que está diante de um computador e sua vida físico-psicológica em formação? Sinceramente: isso é prejudicial da forma que é utilizada.
Os pais entregam os computadores aos filhos. Ufa! Aí sim: o computador cuida pra mim. Assim não tenho o trabalho de ter que ficar cuidando. Meu filho quer um brinquedo? Eu dou. Mais um orkut, ele faz!
Trocando de pato para ganso e não para cisne: Ser criança é ser um indivíduo psicológicamente recheado de brinquedos intocados e informações inúteis.
Óbvio: A consequência direta é ter uma criança que quer e não sabe o por quê.
Senhores pais, não estaríamos criando pequenos seres que querem e não sabem o porquê? Preencher o vazio da criançada com computador, por mais que ela esteja conversando com outras crianças, não seria educa-los como individualistas?
Individualistas? Desesperados por muita informação? Querendo demasiadamente? Como será esta criança quando ela estiver disputando o mercado de trabalho? Imagino a cena...
O jovem com seu currículo na mão, acaba de ser empregado. No primeiro dia, já começa a reclamar que sua posição é baixa e que mereceria estar em outro posto. Ou senão acredita ele que não tem nada pra fazer, e começa a reclamar da atividade atual. Mais um desempregado.
Ou senão vai namorar, dura 2 dias. Nem conheceu a pessoa direito e já terminou. Lógico, algo fixo é difícil quando se é educado a ter vários brinquedos e nunca valorizar o que se tem ( aliás reclamar do muito que tem e não tem o que quer).
Nossa sociedade não necessita de um indivíduo que é impaciente e não sabe o que fazer com um monte de informações. Nossa sociedade, apesar de ser tão bem adaptada ao mundo digital, é uma sociedade que exige pessoas que se atualizam, estão antenadas as coisas novas e querem crescer. E para tudo isso, sabem crescer. Odebecem o tempo. São direcionadas. E sabem ouvir não. Me comente por favor uma empresa que abriu hoje e fechou hoje pelo dono cansar. Dai ele cansou-se novamente e abriu outra. E fechou de novo. Tem? Você teria paciência de viver em uma sociedade cujo comércio sobrevive em meio a esta característica?
Não vai ter presente pois não tenho dinheiro, não vai entrar agora na internet pois agora é hora de dormir. Algo tão simples. Mas tão desesperador... Mas meu filho sabe mais que eu, então eu dou. Dou o presente, a internet e ele sabe mais que eu. Os filhos estão sendo criados como se fossem superiores. E são. Eu tenho tudo que quero, logo meus pais estão nas minhas mãos. E ainda dizem que o mundo futuro está na mãos deles.
Individualistas e mimados. Cheios de informações e cheios de brinquedos. Cheios de nada saber. Essa a educação de hoje em dia. Sem atividades reais.
Está na hora de pensarmos se a culpa está realmente nas escolas, como tantos pais culpam ou dentro da nossa própria casa. Computador não educa. Dar tudo na hora não é ser pai e mãe. Mimar não é educar. Pais, eduquem-se.
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