domingo, 10 de janeiro de 2010

Educando a saúde

O ano passado foi o ano do terror para todas as escolas: a pedido do Ministério da Saúde, fecharam-se as portas dos locais onde possivelmente teriam aglomerados de pessoas. Por quê? Por causa da gripe aviária uai, precisa outro motivo?

Enfim, foi o desespero: as escolas tiveram que apertar seu calendário, remodelar seu quadro de professores e mandar bala! Foi um verdadeiro transtorno que, em algumas escolas, deu o ar da graça até o dia 23 de dezembro do ano passado.

Fora o medaço que essa gripe deu, poderia dizer que o que mais me marcou foram as preocupações que a gripe em si provocou. E não menos importante, temos que nos recordar também das ações educativas tomadas pelo Ministério da Saúde:



O mais interessante de tudo são as informações que recebemos diante dessa situação - e vieram em boa hora por causa do frio, tais como lavar as mãos frequentemente utilizando-se também do álcool em gel, usar lenços descartáveis e espirrar entre o braço e o antebraço para evitar espalhar o vírus.

Não nos esqueçamos pois, da nossa mais famosa manifestação cultural - o carnaval. É nessa época que todos os postos de saúde e empresas de comunicação e propaganda ficam mais atentas à criatividade e a pluralização da utilização da famosa camisa-de-Vênus, ou popularmente conhecida por camisinha.


É nesta época em que se acredita que o brasileiro fica mais aceso. É. Bebida, música agitada, aglomerado, mulherada e pronto! Taí o ambiente perfeito para o sexo. Como se o sexo só aparecesse nesses aspectos, mas são 5 dias entregues aos desejos mais libidinosos. E depois desse dia conta-se 40 dias de retidão e jejum. Ahan.





Enfim, o que acaba acontecendo é mais uma situação sazonal: período de aglomerações e festas levam ao sexo que podem levar às famosas DST, entre elas a nociva SIDA, ou AIDS. E ai entra a criatividade e as mais diversas formas de propagar a prevenção e o sexo seguro.

O que me intriga não é a ação do Ministério da Saúde. Ela é totalmente positiva e válida. Precisamos ser realmente informados e prevenidos de possíveis problemas. É a forma pela qual tomou-se a atitude e não acordamos para a realidade. Digo que não acordamos pois a melhor forma que temos para evitarmos a disseminação de doenças é a prevenção. Prevenção educacional, informando sobre os riscos e formas de prevenção.

Trocando em miúdos, o brasileiro não pega gripe só no frio - aliás a gripe suína pode ser espalhada em qualquer momento. Aliás, reuniões de várias pessoas acontecem em qualquer época do ano.

Trocando em miúdos mais uma vez, que é para não perder a prática, o brasileiro não faz sexo só no carnaval. Ele mete a qualquer hora e em qualquer lugar, tal qual qualquer ser humano tem essa possibilidade. E também pega AIDS ou qualquer que seja a DST fora do período do carnaval. Nossa, fui grosseiro? Desculpe.

A real situação é que nossa sociedade pode e tem condições de ser prevenida em outros momentos - temos milhares de escolas que estão de portas abertas para informar dos perigos das doenças, da prevenção em geral. De formas positivas de higiene e dos problemas causados pelos vermes e bactérias provenientes de nossa preguiça higiênica.

Se puxarmos as orelhas das crianças ( não leve ao pé-da-letra, ok? ) a consciência salutar é construída com muito mais segurança do que imaginamos. E por que também não falarmos de outros espaços, como apresentação de palestras em empresas, sociedades e outros locais?

O grande segredo está em não pensarmos em doenças ou em prevenções em épocas específicas. A dengue mata o ano todo, assim como a gripe, tuberculose e outras doenças mais. Quiçá a conjuntivite, que é tão simples mas pode se transformar numa epidemia,  não tem preocupação preventiva.  Nenhuma doença é sazonal (até onde eu saiba e se você souber de alguma, por favor me informe nos comentários)Se gastamos tanto com a remediação, seria um tanto quanto interessante gastarmos mais com a prevenção. Já está passando da hora da educação ser um fator prioritariamente saudável. O Ministério da Saúde e o da Educação precisam conversar mais entre si.


P.S.: Tu que escrevestes a doença que é sazonal, concorda comigo que apesar de eu ter esquecido de alguma coisa, realmente a prevenção não-sazonal é necessária, né? 

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