Depois de assistir tal propaganda do Banco do Brasil, o que eu mais me questionei é: se estão todos falando a mesma coisa, podemos falar realmente que se trata de liberdade?
Partamos do seguinte problema: todos vivemos em sociedade ( ou procuramos viver). todos possuímos individualidades ( ou procuramos ter). Mas, o que é tão grandioso neste caso é: em algum ponto somos iguais?
De alguma maneira, isto não é mistério pra ciência: trata-se do velho inconsciente coletivo, tão explorado por Carl Jung. De uma certa maneira, há movimentos iguais e compatíveis entre todas as pessoas. Mas isso não significa que as pessoas possuem mesmos comportamentos e personalidades - todos são diferentes, em algum aspecto, qualquer ele que seja.
Mas a sociedade gosta de apontar o contrário. Todos somos iguais. No pensamento, no jeito de agir, nos gostos e preferências. Assim fica mais fácil você perder a sua personalidade. E vender qualquer coisa: se todos são iguais, todos possuem os mesmos gostos e preferências.
E ai, será que entregaríamos nossa personalidade ao desejo do próximo, de explorar algo tão desejoso?
Parece tão legal abrir uma conta universitária, parece até que as portas se abrirão sozinhas. Que nada de errado poderá ocorrer. A impressão que dá é que não há cobrança de taxas. Que os cheques jamais voltarão. E que entrar no negativo não é nenhum problema. O importante é ser livre.
O Banco do Brasil foi esperto - tentou tornar sua marca como símbolo da busca de qualquer jovem. Buscando a igualdade generalizada por meio da liberdade.
Acertaram no alvo - a situação de que muitos pensam em fazer o que todos possivelmente querem fazer, sem pensar profundamente na real necessidade. O que importa (para a ideia do comercial) é o que todos estão fazendo. O indivíduo não precisa da sua individualidade. E o que complementa tal linha de raciocínio é a velha máxima: "se 'fulano' pular no poço, você também pularia?' "
O bom é que comerciais como esse fazem com que tal situação ainda possa ser discutida. Bom para os professores das humanas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário