domingo, 13 de dezembro de 2009

Demagogia contemporânea

Quando falamos do termo demagogia, estamos falando de um termo que vem do grego que ao pé da letra significa "condução do povo". Isso é consequência direta da prática tão existente na Ágora, em que os discursos entre os cidadãos (homens livres) atenienses, o como seria conduzido os problemas internos e externos desta distinta cidade.


No auge do Século de Péricles, quando a Democracia, ou grosso modo "governo do povo" era a prática em que em Atenas, todos os homens livres poderiam participar da vida política, julgando assim que o indivíduo poderia participar na Ágora, local dos debates democráticos, de dois modos: ouvindo sobre as principais discussões ou proferindo sobre suas idéias acerca dos assuntos debatidos.

Eis que o indivíduo, ao participar do debate em si, tornando suas idéias verbalizadas, não poderia trazer qualquer tipo de ideia: o indivíduo deveria apresentar um discurso convincente o suficiente para que todos pudessem debater calorosamente. Do contrário, apenas mais um falando.

Por isso que uma das atividades mais importantes, além do discurso na ágora, era o indivíduo refletir sobre o que seriadito: eis que o otium ou ócio era necessário: um momento para que eu possa refltir sobre o que é necessário falar ou não.

Misturando tudo: O indivíduo, se homem e livre, podia participar das discussões, que se fosse utilizar da palavra, que procurasse fazer da melhor forma possível, sendo nesserário ser pensamentos importantes para a discussão - dessa forma, Atenas poderia ser conduzia, por meio das decisões dos homens que ali viviam.

Porém, hoje, vemos que as coisas não mudaram muito. QUando ligamos nossos televisores nos momentos mais decisivos da vida política de muita gente que tem por aqui,no planeta terra, vemos a quantidade de discursos que são literalmente pensados para convencer não só a homens, mas também a mulheres e idosos, cuja a participação democrática é bem maior do que a nossa Atenas antiga.




Alguns tem alguns segundos, outros um pouco mais: mas na propaganda eleitoral gratuíta, engraçada ou não, é a evidência da utilização do discurso para poder conduzir ( ou não) o povo.

Demagogia na Grécia antiga era o exercício da condução do povo - hoje é o exercício do blá-blá-blá, ou seja, o antigo demagogo conduzia o povo, o atual, só fala e fala  fala e...

Mas ainda o disrcurso tem poder - é com ele que se pode convencer o povo a tomar determinadas atitudes perante a urna eletrônica e tocar o Brasil pra frente (ou não). Por mais que tenhamos o significado original do termo demagogia modificado, falar ainda é importante. Precisamos convencer de algum modo, não é mesmo?

Querendo ou não, damos ainda força ao discurso - é ele quem tem o poder perante a massa popular de conduzir. Agora se vai fazer é outros quinhentos.

Trocando em miúdos, se na Atenas democrática, o discurso convencia, hoje ainda não é tão diferente: permanecemos com nossos ouvidos bem abertos e acreditando ou não no que nos é passado. Ainda somos convencidos pela fala do locutor, e como intelocutores, julgamos positiva ou não a fala - e votamos.

Quem dera o problema fosse do Brasil, mas em 1 ano de governo do nosso queido Barack Obama, fomos capazes de perceber que seu discurso convenceu e lhe atribuiu um riquíssimo prêmio Nobel, por trazer esperança ao povo do mundo ( quiçá de outros planetas né?).

Ainda somos tardios ao acreditar que em 1 ano, a paz está instaurada e o prêmio Nobel pode ser atribuído à um discurso bonito à uma prática em período inicial - por trás de tudo, a demagogia contemporânea prevalece - a de falar sem fazer, a de convencer. E isso nos traz a insegurança de que o Prêmio Nobel não é mais escolhido respeitosamente.

Se hoje demagogia é falar demais e não fazer nada, acreditar nos discursos e dar continuidade a políticas estranhas é provar que a demagogia é um discurso que conduz o povo, ou seja, no dicionário mudou e não mudou nada na prática.

Ainda somos uma população que foge da análise das atitudes e procura bonitos discursos. Falar é o suficiente. O discurso, por mais que digamos que não, funciona como a última abertura da caixa de Pandora, que deixa a esperança voar por entre os povos. Pena que na mitologia, a caixa permanece fechada menos as bocas, que com belas palavras, conduzem o povo. E do mundo inteiro, viu?

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