Era um sistema eficiente de recolhimento de informações, tendo em vista que o questionário era longo e que as questões poderiam ter conteúdos íntimos. E o sujeito poderia responder e fingir seu nome: Ele teria que ter tempo paa responder cada uma das respostas, então ele poderia levar o caderno para fora da escola. E na mão de quem poderia cair? Não se sabe.
Enfim, os adolescentes acabavam matando suas curiosidades intensas neste caderno.
Não é a adolescência a fase de grandes descobertas e questionamentos? Por que não propor que você conheça o outro e também possa ter um veículo pelo qual você também possa se conhecer por meio do outro?
A atualidade não mudou muito o esquema. É muito comum vermos questionamentos no facebook em que o sujeito pede para que seja comentado um "pontinho" (.) e muitas perguntas poderão ser respondidas de forma pública ou privada. Inclusive o teor das perguntas não mudaram desde o caderno de enquete: "o que você gosta ou não gosta em mim", "qual é o seu sonho", e assim por diante.
E essa mesma atualidade acabou gerando dois aplicativos sem qualquer tipo de questionamentos propostos. Há alguns anos atrás foi lançado o "Secret", onde as pessoas poderiam realizar qualquer tipo de comentário de forma anônima para as pessoas. Comentaria-se a respeito de alguém sem que fosse revelado. Deu dor de cabeça pois os comentários de conteúdo de bullying foi rapidamente disseminado. E temos neste ano, recentemente lançado o "sarahah", cujo propósito é o mesmo: ler comentários de anônimos a respeito de si mesmo. Público alvo: adolescente.
Resumindo: é o adolescente quem procura conhecer-se nesse mundo. Ora, é esta fase intermediária entre a infância e a fase adulta que se (acreditamos) constrói-se a autonomia. Assim, podemos perceber que desde tempos anteriores, conhecer-se e conhecer o outro é uma dádiva da adolescência: desta forma consegue conceber a sua identidade no espaço onde ele vive. Sarahah e caderno de enquete então são formas pelas quais procura-se um lugar na sua identidade, a partir do olhar do outro.
É a juventude que procura delinear nas mais diversas formas sociais a finalização do seu próprio eu. Pensemos: os adolescentes vivem ( ou procuram) viver em grupos, onde os diálogos são ( assim espera-se) enriquecedores para uma compreensão sobre que fase é essa em que todos vivem. Há que se resolver conflitos próprios. Há que se ajudar o outro em seus conflitos. Este é só mais um meio pelo qual os adolescentes procuram estruturar-se em seu espaço. Saber secretamente a respeito de si. Poder falar a respeito do outro.
Procura-se constantemente a realidade própria. Mas como não é de forma organizada, pode vir repleta de preconceitos e ataques. E o que era para ser um conhecimento a ser construído, passa a ser um veículo de destruição (lembrando que o caderno de enquete também era uma forma de ataque). Nada mais do que fundamental do que a presença dos pais em diálogos constantes para que cada um desses assuntos sejam debatidos em família e que prevenções possam ser realizadas nesse outro grupo, onde o adolescente também se questiona e também procura o lugar do seu eu. E onde também se constroem os limites.
Não é a adolescência a fase de grandes descobertas e questionamentos? Por que não propor que você conheça o outro e também possa ter um veículo pelo qual você também possa se conhecer por meio do outro?
A atualidade não mudou muito o esquema. É muito comum vermos questionamentos no facebook em que o sujeito pede para que seja comentado um "pontinho" (.) e muitas perguntas poderão ser respondidas de forma pública ou privada. Inclusive o teor das perguntas não mudaram desde o caderno de enquete: "o que você gosta ou não gosta em mim", "qual é o seu sonho", e assim por diante.
E essa mesma atualidade acabou gerando dois aplicativos sem qualquer tipo de questionamentos propostos. Há alguns anos atrás foi lançado o "Secret", onde as pessoas poderiam realizar qualquer tipo de comentário de forma anônima para as pessoas. Comentaria-se a respeito de alguém sem que fosse revelado. Deu dor de cabeça pois os comentários de conteúdo de bullying foi rapidamente disseminado. E temos neste ano, recentemente lançado o "sarahah", cujo propósito é o mesmo: ler comentários de anônimos a respeito de si mesmo. Público alvo: adolescente.
Resumindo: é o adolescente quem procura conhecer-se nesse mundo. Ora, é esta fase intermediária entre a infância e a fase adulta que se (acreditamos) constrói-se a autonomia. Assim, podemos perceber que desde tempos anteriores, conhecer-se e conhecer o outro é uma dádiva da adolescência: desta forma consegue conceber a sua identidade no espaço onde ele vive. Sarahah e caderno de enquete então são formas pelas quais procura-se um lugar na sua identidade, a partir do olhar do outro.
É a juventude que procura delinear nas mais diversas formas sociais a finalização do seu próprio eu. Pensemos: os adolescentes vivem ( ou procuram) viver em grupos, onde os diálogos são ( assim espera-se) enriquecedores para uma compreensão sobre que fase é essa em que todos vivem. Há que se resolver conflitos próprios. Há que se ajudar o outro em seus conflitos. Este é só mais um meio pelo qual os adolescentes procuram estruturar-se em seu espaço. Saber secretamente a respeito de si. Poder falar a respeito do outro.
Procura-se constantemente a realidade própria. Mas como não é de forma organizada, pode vir repleta de preconceitos e ataques. E o que era para ser um conhecimento a ser construído, passa a ser um veículo de destruição (lembrando que o caderno de enquete também era uma forma de ataque). Nada mais do que fundamental do que a presença dos pais em diálogos constantes para que cada um desses assuntos sejam debatidos em família e que prevenções possam ser realizadas nesse outro grupo, onde o adolescente também se questiona e também procura o lugar do seu eu. E onde também se constroem os limites.