Talvez nem todos um dia viram ou verão uma nuvem por cima. Essa possibilidade é fruto de um voo... O avião atinge a imensas alturas com o objetivo de obter altas velocidades, menos interferências de animais. Fora isso, olhar pela janela de um avião quando ele está sobre a camada de nuvens nos estranha.
Nos estranha pois as nuvens tornam-se um ar imenso. Vão longe, formam ondas longínquas, que passam de nosso horizonte. Vão e voam longe.
Formam montanhas. De uma imensidão de calmaria emergem erupções silenciosas e constantes, como uma ebulição de um imenso caldeirão, como um amontoado de cera de uma vela. Mas estão longe. Uma efervescência que vira um espetáculo. Do avião não sentimos esse frio calor: apenas imaginamos.
Um mar acima do mar: ali não se nada. Se conspira. Se contempla, a cada surgimento de uma de seus formatos percebe-se o quanto que o gigante dali não passa. Tem seus limites. Tem suas fraquezas. Ali termina sua robustez. A nave costura suas partes como uma fina agulha ultrapassa um acolchoado de lã.
O ser humano conseguiu fazer uma máquina para ver o que víamos só debaixo. Compreendemos sua vulnerabilidade. Conseguimos chegar além das temperanças. Ultrapassamos o que imaginávamos ser infinito. E nessa infinitude, a pujança está em nós. Superamos as nuvens.
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