sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Latinha na cabeça

Recordo-me de em um dia qualquer, em uma das avenidas principais de uma cidade da região de Marília, ter ouvido pela primeira vez a canção que marca a parceiria entre Leonardo e Zeca Pagodinho. A música tem um ritmo animado, mas o que mais me espantou foi a letra:



Cheguei em sala de aula, e alertei meus alunos quanto ao conteúdo aplicado pela letra desta música. Fiquei realmente muito espantado. Não estou querendo dizer que esta música possui uma mensagem subliminar, mas o que mais me assustou foi o fato de dizer, que quando se está triste, por que não estar com uma latinha na mão?

O susto é proveniente justamente da tentativa do indivíduo de espantar seus problemas com algo alternativo, presente na sociedade. Por que não uma bebida alcoólica?

A música é engraçada. Mas insisto: a mensagem é negativa. Por que não pararmos para pensar qual a lição que podemos tirar disso?

Tens um problema amoroso? Beba. Tomou um toco? Beba. Nada como uma fuga espetacular para todos os problemas da nossa sociedade.

Não seria diferente no caso de Teodoro e Sampaio. Neste caso, o Eu-lírico sofre amargamente pela ausência da mulher, e como tentativa de não sofrer psicologicamente, nada como uma bebida para esquecer tudo:



O caso deste eu-lírico é basicamente depressivo: procura uma fuga viciante para tentar driblar seu problema emocional.

Estima-se que o alcoolismo vem crescendo no Brasil, principalmente no quesito idade.

A música em si, demonstra a fuga pela qual cada vez mais o brasileiro vem buscando diante de seus problemas emocionais. Mas não faz esquecer. Faz momentaneamente deixar de lembrar. E no dia seguinte, o problema retorna. E a bebida também.

Apesar de engraçado, dizer e dançar ao som de músicas com ritmos contagiantes, ou melodias nostálgicas, o que fica por trás é o vício. Infelizmente, fica-se mais e mais registrado, que a humanidade procura uma fuga qualquer ao invés de enfrentar os problemas.

É mais fácil ter uma latinha na mão ou mesmo esquecer do amor ferido e beber até esquecer. Difícil é procurarmos ajudas profissionais e sanar as dificuldades.

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