Ufa! Tal empreitada rendeu aos marilienses uma variedade de opções, por interligar em um mesmo trecho, várias passagens rápidas que dão acesso rápido aos mais diversos bairros da cidade.
Quem pega o acesso a estrada, depara com uma placa imediata: um pare, que se não for sinalizado na própria via, tem seu símbolo vermelho gravado em placas, ou senão, o velho e esquecido triângulo pra baixo com bordas vermelhas, o dê a preferência.
Plaquinha esta, cuja triste existência se encerra nos diversos cruzamentos do Brasil. Tal tristeza não é diferente na rodovia do contorno em Marília.
Lá está ela, pra baixo e firme. E pobremente lembrada. É só você experimentar passar pela via direita da pista dupla que você sentirá a tristeza de ser uma placa de dê a preferência. Não serve pra nada. Buzinar e piscar com as luzes do carro de nada adiantam. Má vá lá! Já que a pressa é grande, avance. Aliás, pra que que serve esse triangulo vermelho mesmo? Ah, tá ai e boa!
No CFC, pelo menos eu aprendi que essa placa exige parada total, tal qual a placa pare. Tanto é que nas provas de direção, apareceu o triângulo vermelho, a parada é total. Mas na vida real, ela tem uma exceção. Se não tiver tráfego, manda bala! Toca o barco!
Que existência down! Viver parando ou não parando, ou não sendo usada. Se trata de uma placa que é um prato cheio para os acidentes mais sórdidos nos cruzamentos. Já que eu tenho que dar a preferência, prefiro ir de uma vez e o outro que vá para a pista da esquerda, como é tão comum na rodovia do contorno, ou em qualquer rodovia brasileira.
Os estudiosos de tráfego perduram com a necessidade desta placa. Mas por que então ela é aplicada nos estudos de CFC como parada total? Então ela pode facilmente ser substituída pela placa PARE, vermelha e octogonal.
Mas nããão... tá lá, ela lá, triangular, de bordas vermelhas. Deve ser muuuuuuito mais barato para as gráficas de plotagem fazer um triângulo de bordas vermelhas. "Corta ali, aqui e ali e pronto!". Agora, imagine: "Corte essa placa ali, ali, ali, ali, ali, ali, ali, ali." Cansa hein??
Entre facilidades e existências, a placa de dê a preferência é a placa que simboliza a a escapadela brasileira: É a chance que temos de sair da rigorosidade do mundo burocrático brasileiro e passar adiante. No Brasil tudo é muito fácil: se você precisa de um atendimento médico público, nada mais fácil que esperar por 4 horas na porta de um consultório para ser atendido e constatar uma tradicional virose.
Por que não dar uma escapadela, já que tu conhece um enfermeiro amigo, que te deixa entrar pela porta do fundo do hospital e o próprio conhece um médico gente fina que te atende escondido? Pronto! Tá lá no coração do brasileiro a placa dê a preferência! Porque se você for esperar na fila, preencher o formulário, pronto, a placa PARE do hospital reluz. E nesses casos, a placa PARE é realmente difícil de ser confeccionada por nós. Já pelo mundo público afora, está burocraticamente estampada.
Nós brasileiros, temos incorporado nos sentimentos de ir e vir os planos do burlar. E por que não burlar? Ninguém está vendo mesmo! Não nos preocupamos com a necessidade do próximo, então, vamo simbora macacada! Não se trata de uma crítica, mas vivemos com muitas burocracias, e tudo em excesso, cansa.
A Rodovia do Contorno na cidade de Marília, não foge a regra. Ela é um desafogamento espetacular de um trânsito pesado das velhas ruas. E desafogar nessas horas chega a ser sentimental: estar diante de uma placa de dê a preferência é como ouvir a placa dizer, vai logo! E pronto. O destino traçado em 5ª Marcha à 80 km/h chega a desapertar o cinto na nossa cintura.
Se queremos motoristas mais educados, o correto é banir de vez a placa dê a preferência. Pare de uma vez e pronto. Mas somos sentimentalistas demais para isso.